Expresso ou coado? Me perguntou a moça de longos cabelos pretos que estava no caixa ao lado do quiosque de lanches naturais. Meu computador interno tratou de encontrar repertório para saber do que ela falava. Afinal eu só havia pedido um café com leite. Que era coado? E ela perguntou novamente pois a fila atrás de mim não permitia muita divagação. Saí com a resposta do que eu não queria que era café expresso e disse coado. Lá no balcão do quiosque descobri que o coado era café normal, tipo caseiro, coado com coador de papel ou de pano e que em São Paulo fica num bule cilíndrico de alumínio junto com outro com leite num suporte de banho-maria que mantém o casal sempre quente para servir uma boa média. Na cabeça veio a imagem do dia anterior quando tomei café depois do almoço na barraquinha de um japonês dono de uma lanchonete em Campinas (SP). Ele me serviu café coado que estava no bule dentro de um aparelho com água fervente para mantê-lo quente. O japonês durante os quatro dias de Feiratur (Feira Nacional de Turismo Rural) ia e voltava de Campinas todos os dias para manter a barraquinha. “Só uma hora de carro”, disse ele usando o tempo para justificar que valia a pena estar ali e fazer um extra.
O que valia no café da manhã oferecido pelo hotel era o pãozinho de sal. Que saudades do pãozinho de sal paulista!! Muitos anos atrás saí com a mesma sensação quando fiquei num hotel muito simples em Guarulhos (SP) depois de um atraso de muitas horas do voo que ia me levar para algum trabalho distante. O pão de sal é gordinho, crocante e douradinho. Não sei como fazem isso! Aqui em Brasília onde moro não encontro igual. Comi muito pão de sal no café da manhã nos dias que fiquei em São Paulo na Feiratur no Parque Água Branca, perto da estação da Barra Funda.