Hoje me deparei com o vídeo sobre Zika e as consequências para feto e bebês publicado pelo The Washington Post que inclui uma entrevista com a pediatra infectologista, Dra. Angela Rocha e imagens do Hospital Oswaldo Cruz, em Recife (Pe). Em termos de Jornalismo Científico e Comunicação de Ciência, o vídeo me chamou a atenção pela clareza com que expõe um assunto tão complexo, e que seja só por isso já vale assistir.
Comparto aqui também para enfatizar a questão da transmissão sexual do vírus Zika e suas implicações para a geração milênio e pós-milênio e o valor intergeracional como aspecto ético a ser considerado na decisão sobre uma futura gravidez e no exercício da paternidade e maternidade responsáveis.
A matéria do The Washington Post explicita nas entrelinhas a urgência com que a agência de saúde norte-americana (CDC – Centers for Disease Control and Prevention) quer prevenir e evitar a gravidez a qualquer custo, principalmente entre homens e mulheres que viajam aos países com circulação do vírus.
At least 1,005 pregnant women have Zika infections in the 50 states and the District of Columbia; 25 U.S. infants have been born with Zika-related birth defects and an additional five pregnancies are known to have resulted in miscarriage, stillbirths or terminations with evidence of birth defects. (grifo do Entre Cá)
Se de um lado sobressai a preocupação com o bem-estar e a saúde pública na posição da agência CDC, de outro não se pode ignorar os números astronômicos do custo de saúde para o sistema com as famílias e as crianças nascidas com microcefalia, em solo norte-americano. Para os Estados Unidos, os estudos econômicos estimam que o custo é de US$ 10 milhões para todo o período de tempo de vida de uma criança portadora de Síndrome Congênita de Zika. Essa estimativa inclui valores de cuidados médicos e assistenciais como fisioterapia e medicamentos, internação hospitalar e assistência social.